A Lógica
Se a lógica é da cabeça
e o sentimento do coração
Como então ambos se encontram
para fluir a lógica da emoção
Parece extraordinário que
em um certo cenário
O distinto caminho da razão
se utilize para carrear
uma explosão sentimental
de medo, dor ou paixão
Sinto frustrar os que acreditam
sempre possível diferenciar
os tortuosos caminhos da emoção
dos retos percursos da razão
Afinal, a lógica se enxerga
no impulso do sentimento
E para satisfazê-lo,
o procedimento adotado
com zelo, observa
a lógica do sentimento.
A guerra que hoje abala o mundo
é o exemplo profundo
de que a dor e o medo
já bem cedo, enche de razão
para se aniquilar uma nação
E a lógica se enxerga
nos mínimos detalhes
de quem quer dizimar o adversário
Nós que estamos distantes
nem por um instante
vemos razão para os atos de Guerra
Que sempre encerra a inteligência
e inaugura a brutalidade,
a mortalidade, enfim... a irracionalidade
E quanto maior a inteligência
empregada nas armas
menor a indulgência
e sinto que abandonando os predicados
exclusivos dos humanos
quiçá de modo insano agem por instintos.
Por isso a norma deve nascer
do abstrato que prevê o fato
Mas que do ato não se ressente
para que não de repente
a lógica que se empregue
não seja a da razão
Mas da emoção, da dor e do medo
e assim, sem zelo,
deixe de servir
ao ideal de Justiça
para instituir
o mal da vingança.
Lógica sempre haverá
Mas para o Direito e a Legislação
nem toda interessará
senão a que advém do
equilíbrio da abstração,
fundando na real justiça,
a sua realização.
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Asdrubal Júnior

Advogado, sócio da Asdrubal Júnior Advocacia e Consultoria S/C, pós-graduado em Direito Público pelo Icat/AEUDF, Mestre em Direito Privado pela UFPE, Professor Universitário, Presidente do IINAJUR, organizador do Novo Código Civil da Editora Debates, Coordenador do Curso de Direito da AEUDF, Editor da revista Justilex, integrante da Bralaw – Aliança Brasil de Advogados.