Despesas de final e começo de ano

Alberto Rollo e Arthur Rollo

O fim do ano, além de ser um período de alegria por conta das festas natalinas, é o período em que os trabalhadores de todo o país recebem o décimo terceiro salário.

Basta ver os shoppings e o comércio de rua para perceber que todos estão comprando. Além desse período ser ingrato para as compras, em razão do grande fluxo de pessoas, que acaba desencadeando impaciência, mal atendimento, perda de tempo, etc., também os preços acabam sendo mais altos, por conta da lei da oferta e da demanda.

Lá pela segunda quinzena de janeiro os shoppings fazem as suas liquidações e o comércio de rua acaba tendo ainda mais promoções.

Os eufóricos pelas compras de final de ano, portanto, devem se conter. Além dessas compras não serem vantajosas, por inúmeros aspectos, janeiro é um mês de despesas, como o pagamento de IPTU, das matrículas escolares, etc..

O exagero no final do ano, pela aparente folga financeira, certamente representará todo um ano de endividamento e pagamento de juros.

Compras a prazo devem ser evitadas. O melhor é economizar e comprar a vista. Mesmo naqueles pagamentos parcelados que se dizem “sem juros” os juros já estão embutidos no valor principal.

Parcelamentos em cheques pós-datados também. Isso porque o cheque é uma ordem de pagamento a vista, ao menos juridicamente, o que significa que aquele que recebeu o cheque poderá depositá-lo desde logo, circunstância que não traz segurança ao emitente. Ainda que possa, em tese, ser tomada providência judicial contra quem depositou o cheque antes da data aprazada, o melhor é não emitir o cheque. Parcelamentos no cartão de crédito devem ser preferidos.

Pagamentos com cartão de crédito devem ser contabilizados. O cartão de crédito confere ao comprador a falsa sensação de onipotência. Aquele que não se previne, acaba comprando mais do que pode gastar e ficando endividado.

O pior de todos os caminhos é a dívida. Melhor do que isso é baratear os presentes ou mesmo cancelá-los, uma vez que as dívidas acabam trazendo insônia, aborrecimentos e toda a sorte de brigas familiares.

Melhor também é pagar tudo o que for possível antecipadamente e com desconto. Dessa forma, economiza-se dinheiro que pode ser depositado em conta poupança para uma eventualidade, que certamente ocorrerá no decorrer do ano.

É muito difícil receber algum dinheiro extra. Despesas extras, no entanto, todo o mundo tem.

Todos devem realizar despesas com critério e evitar dívidas, para que o ano que vem inteiro seja de tranqüilidade. Mais vale economizar do que gastar tudo de uma vez só.

Sobre os autores:

Alberto Rollo é advogado especialista em Direito Eleitoral, presidente do IDIPEA (Instituto de Direito Político Eleitoral e Administrativo) e escritor de mais de 14 livros, entre eles:

“Propaganda Eleitoral – teoria e prática” e “O advogado e a administração pública”.

Arthur Rollo é advogado, mestre e doutorando em direito pela PUC de São Paulo, na área de direito das relações sociais, sub-área de direitos difusos e coletivos.

 

 

 

Redação