Ex-diretor ganha ação milionária contra o Unibanco por assédio moral
Valor da indenização: R$ 2.800.000,00
A juíza Cláudia de Souza Gomes Freire, da 53a. Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, decidiu dar ganho de causa à ação por assédio moral movida pelo ex-diretor do Unibanco, Paulo Cesar Barreiro Monteiro, contra a instituição. Valor: R$ 2.800.000,00.
Em maio de 2003, Monteiro acabou demitido e entrou em licença médica pelo INSS por acidente de trabalho, depois de sofrer inúmeros constrangimentos que foram desde a troca de mobiliário de sua sala e do computador ( por outros de qualidade inferior ) até a perda do direito a motorista .
Em meados do ano passado, Monteiro decidiu entrar com uma ação trabalhista contra o Unibanco, onde foi admitido em l982 na função de caixa. Na ação, a advogada Cristina Stamato, do escritório Machado Silva, alegou que "além de sofrer injusta e odiosa discriminação em seu ambiente de trabalho, o reclamante foi atingido em seu patrimônio moral".
Tudo começou quando foi promovido a superindente regional - que tem status de diretor - em dezembro de 2002, depois de ganhar elogios públicos e prêmios da direção do Unibanco. Monteiro chegou a substituir José Luiz de Miranda Filho, Celso Simão e Tarcísio do Nascimento na diretoria em diversas ocasiões desde 1995. Era responsável por todas as agências bancárias dentro dos supermercados.
A partir de sua promoção, o ex-diretor do Unibanco recebeu mais 10% de aumento em seu salário, as comissões foram incorporadas pela média dos últimos seis meses, além de um bônus semestral que variava entre R$ 80 mil e R$ 90 mil, em substituição à participação nos lucros e resultados.
Mas com a promoção começaram os problemas. Comenta-se que seu então superior hierárquico, o diretor João Antônio Camargo, já havia prometido a vaga a outro funcionário. No dia seguinte à sua posse, mesas, cadeiras e o computador que utilizaria no salão dos diretores foram trocados, diferenciando-o dos demais superintendentes e diretores. Seus relatórios de trabalho passaram a ser ignorados. E praticamente deixou de ter espaço para fazer qualquer tipo de intervenção durante as reuniões.
Apesar de ter superado todas as metas de sua região operacional, conforme noticiou a própria revista do banco, em maio de 2003, Monteiro foi demitido por Camargo, então na condição de vice-presidente do Varejo, que mandou em seguida e-mail aos funcionários da região, dizendo que o diretor tinha pedido demissão. Todos estes fatos culminaram com o agravamento da saúde do autor da ação que, depois de exame médico pelo banco, foi considerado inapto e está afastado pelo INSS, tendo a Justiça Estadual reconhecido a ocorrência de acidente de trabalho.
Redação