Imprensa brasileira
Marcos Espínola
A imprensa sempre prestou um serviço à democracia desse país, investigando, divulgando e denunciando fatos de toda a sociedade. Episódios em que os jornalistas possibilitaram à opinião pública ter acesso aos bastidores nebulosos de negociatas que, em sua maioria, tinham como fundo o desvio do dinheiro do povo. Tarefa árdua, mas que deve ser seguida por todos na tentativa de nos desgarrarmos do famoso “jeitinho brasileiro” que só fomenta a corrupção.
Foram 20 anos de ditadura, onde o que prevalecia era o silêncio. Após 1985, o povo voltou a ter voz, tendo a imprensa como um dos seus principais canais para se fazer ouvir. O que não contávamos é que depois de tanta opressão, alguns políticos, eleitos pelo povo, pudessem agir como clássicos ditadores, na ganância pelo poder e pelo benefício próprio. Foram casos, como ranário, painel eletrônico, propinodutos, mensalão entre tantas outras falcatruas.
Brasileiros que mancharam a imagem do Brasil e que se posicionam acima do bem e do mal tão qual um ditador. Exemplo recente foi o do senador Renan Calheiros, que renunciou a presidência do senado, mas assegurou o mandato. Na Venezuela, Hugo Chavez perdeu para a vontade do povo, mas deixou claro sua intenção de beneficiar-se, citando a democracia, mas agindo contra ela.
A imprensa brasileira não tem medido esforço para priorizar a democracia. Mas, lamentavelmente, outros setores precisam evoluir no combate aos ditadores enrustidos que usam o discurso da liberdade para exercer, em verdade, o autoritarismo. E que fique claro que essa é uma luta de toda a nação brasileira.
Sobre o autor: Marcos Espínola, advogado criminalista.
Redação