A que chegamos! Quão baixo chegou a nossa credibilidade a tanto custo galgada! E sonhada! E crentes, sempre, na árdua missão e no contraposto merecido respeito. Pelo menos!

Às vezes, autoridades na tentativa errada de conter a violência e criminalidade de seu Estado, ao invés de investir em educação, em programas sociais, de reurbanização das favelas, etc., investem em construções de presídios, e pretendem com isto conter a violência...

E até as estimula lá dentro, de onde saem passados pela “faculdade” __ é como eles chamam a prisão. Faculdade do crime _.

E reclamam de superlotação. E dificultam a saída do preso, intuito que não se entende, se a intenção é exatamente de esvaziar para ser menos custoso ao Estado.

Reclamam da falta de condições para uma assistência judiciária, à altura da necessidade. Isto é fato visível; são heróis os que lá trabalham e conseguem o que conseguem; a exemplo o Dr. Eduardo, a Drª Amanda, e outros, atuantes no Semi-Aberto de Campinas, famoso Ataliba Nogueira, onde o Sr. Pedroso e o Sr. Fermo comandam com propriedade.

Advogados particulares interessados têm; só que dificultam a negociação do advogado particular diretamente com o preso no que diz respeito a pagamentos. Não permitem que o preso que trabalhe, pague diretamente para o advogado, ou que faça pedidos de transferência para contas de advogados. Dizem ter Norma do Sistema Prisional determinando a possibilidade de transferência apenas para parentes de primeiro grau.

Se o preso trabalha, não é o caso de dar a ele pelo menos a liberdade de contratar e pagar um advogado para tirá-lo de lá; tudo dentro das estipulações legais? Das faculdades legais?

Isso fere, no meu entender, até a confiabilidade que o cidadão merece, investido da combativa missão de representar o preso.

E olha que não são imunes à corrupção e desvio de verbas. Temos noticiários constantes sobre o assunto. Até pessoas sendo processadas. Se houve algum caso que levou a tal desconfiança, temos a Polícia, que é razoavelmente eficaz nestes casos, e no caso, sendo advogado, mais fácil ainda. Vá diretamente à OAB/SP, Pça da Sé.

Então, desrespeitoso tal ato, a desconfiança lançada sobre o advogado, e a respeito, já encaminhei ofício informativo à OAB/SP, que me posicionou, dizendo ter mandado para a Comissão de Assuntos do Judiciário para apreciação. E nesta honrosa casa eles apreciam mesmo. São implacáveis.

Eles vão resolver o caso, tenho certeza disto e, enquanto isto, continuo sendo o combativo advogado, que às vezes, como todos na vida, encontra dificuldades, e as resolve ou indica o que entende como solução, e no mais, é viver pra ver, e ver para crer.

Abraços!

 

Arnaldo Jr. - Advogado.

Website: http://www.geocities.com/arnaldoxavier/

 

Como citar o texto:

A dura missão de advogar no Brasil.... Boletim Jurídico, Uberaba/MG, a. 4, nº 235. Disponível em https://www.boletimjuridico.com.br/fique-por-dentro/9223/a-dura-missao-advogar-brasil-. Acesso em 13 fev. 2006.

Importante:

As opiniões retratadas neste artigo são expressões pessoais dos seus respectivos autores e não refletem a posição dos órgãos públicos ou demais instituições aos quais estejam ligados, tampouco do próprio BOLETIM JURÍDICO. As expressões baseiam-se no exercício do direito à manifestação do pensamento e de expressão, tendo por primordial função o fomento de atividades didáticas e acadêmicas, com vistas à produção e à disseminação do conhecimento jurídico.