Assédio Moral no ambiente de trabalho: sujeitos do assédio moral

O assédio envolve dois sujeitos, que são o assediador ou agressor, e o assediado ou vítima, o que não significa dizer que em cada pólo da relação esteja apenas uma pessoa. Na pequena literatura sobre o tema, percebe-se uma grande preocupação em classificar ambos os sujeitos psicologicamente, ou seja, identificar um perfil para cada um dos sujeitos.

Sendo o assédio moral uma agressão e não um conflito, há a intenção do agressor de ferir ou prejudicar a vítima, objetivando, por muitas vezes, seu controle e domínio e, para isso, usurpando a higidez psicológica do assediado. Não se trata de uma descarga de agressividade de um indivíduo vítima do estresse ou das condições adversas no trabalho ou mesmo pressão que sofre no mesmo ambiente, tampouco uma perda de controle, mas sim uma vontade de dominar sua vítima.

Referindo-se ainda ao agressor, alguns estudiosos do tema salientam que a nova organização do trabalho pode transformar qualquer indivíduo comum em perseguidor, pois entendem que, se certos contextos podem ser desestabilizantes para todos, todos podem ser agressores. Ainda, há a verificação de que certos perfis psicológicos estão mais predispostos a tal situação, sendo que os que não se tornam assediadores, resistem por terem seus valores morais mais solidificados.

É de notório conhecimento que, em situações adversas, como situações de crise e nas quais nos sentimos lesados, é natural que tenhamos reações das mais primitivas, variando de atitudes como a manifestação de meros mecanismos de defesa, como o sentimento de cólera que nos direciona a aniquilação daquele que nos causou tal sentimento. Porém, o que nos diferencia do agressor, é que este faz das situações exemplificativas acima seu comportamento habitual.

Acredita o agressor, ainda, que o papel que desempenha em seu local de trabalho é de suma importância, sendo, então, especial, ímpar e indispensável. Sente, ainda, uma necessidade exacerbada de ser admirado, abusando daqueles que têm certa simpatia por ele e invejando aqueles que parecem possuir atributos que lhe faltam. São críticos brutais, pois assim sentem-se onipotentes face à nula reação do criticado. Como se não bastasse, são irresponsáveis no tocante a imputar o fracasso sempre aos outros e nunca a si próprios.

Sobre os autores:

Dr. Riad Semi Akl e Dra. Fabíola Alessandra Berton Akl

Advogados integrantes do escritório AKL ADVOGADOS (Trabalhista/Previdenciário/ Contencioso Cível/Família e Sucessões/Consumidor/ Consultas Jurídicas)